A mulher do comboio

Wednesday, July 19, 2006

Por que fechou?
Fechou por quê?


Nem o Batman deu jeito. Mesmo com os seus poderes, o Homem-Morcego não conseguiu evitar que o Cine Indaiá fechasse suas portas em agosto do ano passado. O filme do referido super-herói foi o último a ser exibido, para tristeza dos cinéfilos de carteirinha, que se habituaram a freqüentar um dos cinemas mais tradicionais de Santos, que formava juntamente com o Roxy e Iporanga a chamada “Cinelândia”. Destes, apenas o Roxy sobreviveu, graças às mudanças que ofereceram um maior conforto e tecnologia aos seus clientes.
Esta região, no coração do Gonzaga, era o ponto de referência quando se falava em cinema. Com a chegada do Cinemark, que oferece, além de ótima qualidade em suas projeções, a comodidade de estar localizado no shopping center (Praiamar), a Cinelândia perdeu espaço, contribuindo para o fechamento do Indaiá, que terá sua área ocupada pelas novas instalações do hotel ao lado.
Mas foi uma morte que vinha se anunciando há algum tempo. ‘‘Cansei de brigar contra a ordem de despejo. “Não consegui chegar a um acordo com os novos proprietários do Hotel Indaiá, que não estavam interessados em manter os cinemas no prédio”, diz Toninho Campos, antigo diretor da empresa Cinemas de Santos e atualmente no comando da Gonzaga Cinemas, proprietária das salas do Cine Roxy. Houve em setembro de 2005 uma espécie de homenagem ao “morto”, com a realização da terceira edição do Festival Santista de Curtas-Metragens, um dos mais importantes do gênero. No evento, o grande homenageado foi Plínio Marcos, cujas obras foram exibidas.
O público santista gosta da sétima arte, sendo uma das cidades do país com o maior índice de presença nos cinemas, superando inclusive São Paulo. Essa lacuna promete ser ocupada, além do Cinemark, pelo Roxy e também pelo Ferry Boat Plaza Translitoral,( na saída da balsa, no Guarujá). Todos os cinemas citados procuram oferecer uma programação variada, até mesmo com a inclusão na sua grade de um dia exclusivo ao cinema nacional, no caso do Cinemark.
Como meio de preservar a história do Cine Indaiá, a Fundação Arquivo e Memória de Santos irá fotografar interna e externamente o cinema. Assim, será uma maneira de rever as instalações do cinema, inaugurado na década de 60 com o épico filme Os 10 Mandamentos, de Cecil B DeMille.

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